Pacificar depende de nós!

 

Paz e bem a todos!

 

Após muitas reflexões facilitadas pelos votos de feliz Páscoa que recebi esta semana, votos de renovação de desejos, de transformação de pensamentos, comecei a pensar sobre este movimento que leva as pessoas a se desejarem coisas positivas nestas datas.

 

É inegável que estamos em um momento da humanidade no qual muitos são os desatinos, basta pensarmos que hoje estima-se que tenhamos em andamento mais de cem conflitos no globo, ou seja, mais de cem focos de guerra no mundo! Não somos, verdadeiramente, uma humanidade em harmonia.

 

Porém, isto não deveria nos desanimar e levar-nos a ter pensamentos de desesperança, descrença na humanidade ou coisas do tipo. Não! Paralelamente a tantos conflitos, polarizações, pobreza em todos os níveis, há muitos movimentos silenciosos de auxílio àqueles que vivem situações difíceis e extremas. A quantidade de instituições, organizações, grupos solidários com o sofrimento humano são inimagináveis! O problema, me parece, é que o bem não faz barulho, como ouvi certa vez...

 

Mas será que precisamos necessariamente nos filiar a ONGs, igrejas, grupos específicos para auxiliar a diminuir as diferenças ruidosas, o nosso e o sofrimento das pessoas?! Penso que não! Talvez, um bom começo seja refletir sobre como lidamos com as dificuldades que nos assaltam no dia a dia. Garanto que não nos faltam oportunidades!

 

Vamos pensar juntos!

Quantas vezes nos desgastamos em discussões estéreis, que não levam a nenhum resultado positivo, só porque inconformados com a posição da outra pessoa, queremos convencê-la a qualquer custo... Quantas mágoas e separações de amizades e até entre familiares são geradas porque não soubemos silenciar no momento adequado...

 

O pior é que algumas discussões, porque não nos conformamos com o jeito de pensar do outro, podem levar a décadas de discórdia, sem chances de um dia se chegar a uma compreensão mútua! E o tempo passa tão rapidamente...

 

Gosto da frase em voga que diz que, numa guerra, a primeira que perde é a verdade. Sim, porque todos que estão em litígio, pessoal ou coletivo, acreditam ter razão. Todos estão certos! Provavelmente, todos estão errados também, mas como ninguém gosta de admitir que está enganado, a verdade vai se desvirtuando até que ninguém mais saiba quem está com ela!

 

Deixo aqui um convite: já pensou que talvez a única “disputa” que valha a pena e nossa energia, seja aquela baseada na benevolência, na compaixão?! Porque quando queremos que o bem-estar, a harmonia, o entendimento se façam, os equívocos são desculpados, as teimosias são relevadas, a ignorância é compreendida e, passo a passo, vamos nos tornando referência de pessoas tranquilas, de bom senso, ou como prefiro pensar, vamos nos transformando em pacificadores, algo tão necessário nos dias de hoje, seja no seio familiar ou entre nações! E garanto, o prazer em ser um pacificador é indescritível!

 

Então, o que desejo a você é uma vida de pacificação! Seja com suas mágoas ou com aqueles que os levaram a elas, seja perante aqueles que ameaçam sua serenidade. Você pode ser um agente da paz, interna e externa, basta compreender a limitação do outro, ou quem sabe, a sua própria, não como algo a se envergonhar, mas como um reconhecimento de que quanto mais sei das minhas próprias limitações, mais posso trabalhar para que elas não sejam motivadoras de discórdia.


Ótima quinzena, de paz e bem consigo e com o outro!

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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