OS CHINESES MORAM EM FRENTE! SERÁ?!
Bom dia, pessoal! Paz e bem a todos!
Hoje, gostaria de trazer uma reflexão sobre a
qual tenho me debruçado ultimamente e para isto, preciso lhes contar uma
história. Vamos lá!
Esta reflexão começou a partir da minha janela.
Isto mesmo, minha janela! Da minha sala, mais especificamente de onde me sento
na nossa mesa de refeições, vejo claramente a fachada de um prédio a uns 150
metros de distância. Vejo as sacadas de vários apartamentos e, numa específica,
há um banco de madeira e uma pessoa que tenho certeza ser uma chinesa!
Esta minha vizinha, logo cedo, anda pela sacada
de um lado para o outro fazendo seu exercício matinal. Depois, pega seus
apetrechos de limpeza e vai fazer a arrumação diária da casa.
Em alguns dias, seu pai, especialmente nos
finais de semana, um senhor mais avantajado que ela fisicamente, senta-se no
banco e fica ali por um tempo, olhando a paisagem. Minha vizinha chinesa
continua seus afazeres, se movimentando pra lá e pra cá. Raramente ela se senta
com seu pai e eles conversam. Nunca nos encontramos, mas me agrada vê-la,
quando me sento para o café da manhã!
Você acha que tem alguma coisa estranha nesta
história? Sim?! Não?! Então vamos pensar juntos!
Como eu disse, nunca nos encontramos, se eu a
vir na rua, não saberei jamais que possa ser ela! Se for ela, pode ser ele...
Eu a vejo, também como eu disse, a pelo menos uns
150 metros de distância! Como eu saberia se ela é chinesa? Qual sua idade? Como
saber se aquele senhor que vejo sentado no banco vez por outra, tem a mesma
idade, é mais velho ou mais novo que ela/ele? E como sei se ele é pai dela ou
não?!
A resposta para todas estas perguntas é: não
sei!!! Presumi! Imaginei! E até aqui, sem problemas! Isto não interfere em nada,
tanto na minha como na vida dela, pois não faço nada com estas minhas “informações”.
No entanto, quantas vezes não presumimos e/ou
imaginamos coisas sobre as pessoas, eventos e situações a partir de dados tão
imprecisos quanto estes que tenho sobre essas pessoas que vejo da janela?!
Quantas vezes não tomamos decisões ou fazemos julgamentos a partir de dados que
achamos que sabemos, vimos ou ouvimos dizer?!
Eu olho esta e tantas outras cenas pela minha
janela e deixo a minha imaginação voar! Mas não é a realidade! É só o que meus
olhos veem com o colorido que minha imaginação dá a eles!
Como eu posso saber se alguém é chinês ou de
qualquer outra etnia a 150 metros de distância? Às vezes, nós ocidentais não
sabemos diferenciar um chinês de um japonês ou coreano mesmo estando frente a
frente com a pessoa! E a 150 metros? Impossível!!!
Se ela é chinesa ou não, não importa! Se aquele
senhor é pai dela ou seu empregador, talvez, me importa menos ainda! Mas minha
presunção me faz pensar que sei exatamente o que estou vendo pelas aparências
que penso apreender das cenas.
Presumir é perigoso! Pode nos fazer julgar
inocentes como culpados, pode nos magoar porque temos certeza de que fulano
pensa de certa maneira ou então, jamais confiaremos em alguém com esta ou
aquela característica!
A guerra entre Rússia e Ucrânia, de forma
simplista, surgiu de uma presunção de ameaça; pessoas são julgadas das mais
variadas formas por “certezas” presumidas; preconceitos se impõem por presunção
e boa dose de imaginação; familiares se afastam por mal-entendidos que se
transformam em certezas baseadas em presunção; a presunção e a imaginação fazem
com que muitos tenham certeza de que ser desta ou daquela religião não é coisa
boa, e assim vai... Os exemplos se estendem ao infinito!
Meu convite hoje é para que você se permita
refletir sobre suas certezas!
A presunção faz com que cheguemos a uma conclusão
antecipada, antes mesmo de algo se provar verídico. E pior, certeza esta baseada
em indícios e suposições e não em fatos comprovados.
Sofrer tem relação, muitas vezes, com o quanto somos
presunçosos!
Depois disso tudo, acho que talvez minha vizinha
possa não ser chinesa...
Que a Paz e o Bem, legitimamente, estejam sempre com
você!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.