A Prefeitura,
por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), vai restaurar este
ano duas das três chaminés existentes no Parque do Engenho Central. O primeiro
passo para a intervenção, a aprovação pelo Codepac (Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural), já foi dado e a publicação da licitação acontecerá nas
próximas semanas. A previsão orçamentária para a execução é R$ 880 mil e a
execução deve durar quatro meses, após a ordem de serviço.
"Todas as
providências estão sendo tomadas no sentido de, o mais breve possível, termos a
licitação, a definição da empresa que executará a obra, a realização da obra e
a abertura do local, previamente isolado", explica Adolpho Queiroz,
titular da Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac).
Para Marcelo
Cachioni, arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico do Ipplap
(Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), a restauração é
importante sobretudo pela memória. "A restauração dessas chaminés é
bastante importante para que elas sejam conservadas e ainda permaneçam por
muito tempo como esses testemunhos do sistema produtivo de
açúcar", disse.
HISTÓRIA - De acordo com o que consta no
livro A Arquitetura e a Arqueologia Industrial dos Engenhos
Centrais e Usinas na França e no Brasil: Recuperação
da Memória Arquitetônica do Engenho Central de Piracicaba, de
autoria de Cachioni, uma das chaminés, a Martinez, de 41 metros, que
ganhou o nome de seu empreiteiro de obras, o espanhol José Vicente
Martinez, foi construída em 1899, quando o Engenho Central de
Piracicaba inaugurou o novo sistema de produção industrial. Nela, foram
utilizados tijolos refratários oriundos de Glenboig, na Escócia.
Já a chaminé
Garcez, construída pelo engenheiro A. Garcez, de São Paulo, foi executada
na década de 1940, junto ao rearranjo da planta fabril, quando foram
construídos os novos edifícios para a fábrica de açúcar e refinaria (7A e 7B).
"Esta chaminé está ligada ao túnel de gases, ainda remanescente, e às
demais estruturas ligadas à queima de combustíveis para alimentação das moendas
(a vapor) movidas por eletricidade", descreveu Cachioni em seu livro.
TOMBAMENTO - O Parque do Engenho Central é tombado pelo
Codepac, conforme decreto nº 5.036, de 11 de agosto de 1989, e pelo Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico do Estado de São Paulo), por meio da resolução sc-92, de 25 de agosto
de 2014.