Coluna O Canal da Lili

Além da pandemia de Covid-19, temos que lidar com tecnoestresse

 

Eliana Teixeira

 

Em 2020, o mundo foi lançado num tsunami de vírus desconhecido e letal que, além da pandemia, impôs aos povos da aldeia global alterações em rotinas simples do dia a dia – sair de casa para ir ao supermercado, por exemplo, não era mais como antes -, nas relações de trabalho, comercialização de produtos, nas ministrações de aulas do ensino infantil ao acadêmico. Se até então, um ditado era comum nos meios organizacionais – “não traga problemas de casa para o trabalho -, a pandemia virou tudo de pernas para o ar e o trabalho de muitas pessoas foi para dentro das casas, com produção em série, reuniões on-line com bastante demandas e cenas inesperadas ou inusitadas – gases, banho no meio de reunião, filtros engraçados nas imagens - registradas por equipamentos multimídias.

Avançamos em meses no uso de tecnologia, o que talvez fosse ocorrer num espaço de mais de cinco anos. E isso trouxe um novo problema de saúde: o tecnoestresse, caracterizado pelo excessivo uso de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), como computadores, celulares, tablets e outros equipamentos de conectividade.

Especialistas da área da saúde alertam para as consequências do tempo demasiado em casa diante das telas. O home office sem os devidos cuidados intensificaram a incidência do estresse tecnológico, independentemente da idade do profissional ou de sua função exercida no desassossego do seu lar, não tão doce mais como antes.

É inegável que a conectividade ajudou a manter de empregos de diferentes segmentos no mundo todo nesta pandemia, possibilitando o trabalho seguro nas casas. Mas o tecnoestresse é algo que requer atenção, urgentemente, para que muitos profissionais não mergulhem em uma outra pandemia, considerando que o trabalho remoto leva as pessoas a trabalharem mais e aceleradamente para dar conta de enviar e-mails, usar aplicativos de mensagens instantâneas, fazer pesquisas no Google, produzir para redes sociais... Ufa! Só de enumerar tudo isso já cansa.

E os sintomas do tecnoestresse começam a gritar: ansiedade; cansaço; dificuldades de concentração e memória; alterações no sono e no humor; sensação de incapacidade; medo de perder informações; depressão, em casos mais graves. Tudo isso exige atenção especial de gestores, funcionários e prestadores de serviços no reconhecimento dessa nova doença.

A solução, ou melhor, a prevenção, está na gestão de pessoas que trabalham com a tecnologia, independentemente do nível de habilidade tecnológica. Isso é possível por meio de treinamentos aliados ao monitoramento da confiança dos profissionais que trabalham remotamente. O profissional ganha em saúde e bem-estar. A empresa lucra com um profissional saudável e produtivo. Só não dá mais para fingir a inexistência do tecnoestresse.

Eliana Teixeira é jornalista e pós-graduada em Gestão de Pessoas. – Acesse: https://www.ocanaldalili.com.br/

Deixe seu Comentário