VOCÊ SE DISPÕE A CORRER RISCOS?!

 

Bom dia! Paz e bem a todos!

 

Tenho pensado muito sobre como esta palavra é interessante: confiar. A origem da palavra é latina e relaciona-se a “fiar-se de ou em”, ou seja, tem relação com acreditar. E num mundo tão cheio de polarizações, ter fé (não no sentido religioso) ou acreditar em alguém ou em alguma coisa, pode ser fundamental para tomarmos decisões, muitas delas bem relevantes!

 

Confiança é algo que tem sido motivo de conflito no coração de muitas pessoas e sob muitos aspectos. Há aqueles que temem confiar no amor e serem traídos depois ou serem vistos como fracos, já que “bom mesmo é só curtir”.

 

Há os que temem confiar nos amigos e não receberem de volta a mesma consideração que demonstram; há ainda os que tem certeza que confiar em alguém é coisa de gente que não pensa: “tá pedindo pra ser enganado!”

 

Há os que não confiam em ninguém ou os que confiam “até a página 2” como se diz! O assunto é tão comum no nosso cotidiano que na década de 1970, o compositor Marcos Valle escreveu uma música que se tornou um hino da rebeldia juvenil da época. Dizia assim: “não confie em ninguém com mais de trinta anos, não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros...”! Ou seja, nós temos medo de confiar, de acreditar, de correr riscos!

 

O que é mais incrível é que sabemos que a vida não dá garantias! Tudo é imprevisível num certo sentido: planejamos algo e um evento inesperado nos impede de cumprir o planejado! Marcamos férias incríveis em algum paraíso tropical e uma pandemia vem e nos impede de ir. Marcamos uma festa ao ar livre e cai a maior chuva! Viver não tem garantias e sabemos disto! Mesmo assim, apesar de todas as incertezas, a vida é boa! Ninguém quer deixá-la, não é mesmo?!

 

Um autor de quem gosto muito, Piero Ferrucci[1], diz que confiar gera em nós satisfação e independência. Pense comigo: se você não confia em alguém, você pode até considerar isto como prudência, mas se não confiam em você, isto é uma ofensa ou pode até causar mágoas e indignação de sua parte.

 

O ponto é:

- desconfiar traz sofrimento porque nos paralisa. Confiar, ao contrário, estimula e traz infinitas possibilidades, amplia nossas perspectivas de satisfação por acreditarmos que é possível!;

 

- desconfiar levanta barreiras e faz com que nos sintamos humilhados quando não confiam em nós! Confiar aproxima, gera intimidade e várias possibilidades de relações duradouras!;

 

- desconfiar impede de vivermos com liberdade e de sermos exatamente como somos! Confiar nos traz possibilidades de uma vida cheia de relacionamentos, amplia nossas chances de êxito e autorrealização!

 

Não estou falando em certezas e garantias absolutas, mas em possibilidades! Por isso confiar é correr riscos, mas é também se dar possibilidades: de ser feliz, de darem certo nossos sonhos, de viver como nos faz sentido! E uma vida sem possibilidades, convenhamos, é uma vida monótona, entediante, uma mesmice só!

 

Meu desejo é que você se permita mais, ouse mais, confie mais: em si, no outro, na vida!

Que tal tentar?!

 

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.


[1] Ferrucci, Piero: autor do livro “A arte da gentileza”, Editora Elsevier, 2004, Rio de Janeiro-RJ. Recomendo!

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Marisa bonilha scalise - 16/02/2022 11h16
Muito bom artigo Hoje em dia sempre falamos que possuímos mil"amigos" mas o que confiamos podemos contar nos dedos O mundo mudou muito As pessoas se escondem por meio de redes sociais Não existe mais o bim olho no olho Faz falta Precisamos sim Confiar mais para podermos até assim conhecermos melhor as pessoas e sermos mais feliz