A inveja

Bom dia, pessoal!

Hoje gostaria de refletir com você sobre a inveja, um dos sentimentos mais humanos: quem nunca desejou algo do outro? Quem nunca desejou ser tão feliz como certas pessoas? E morar “naquele bairro”? Ou ter “aquele corpo”? E por aí vai... Quem nunca?!

O mecanismo psíquico mais importante a ser compreendido quando estamos falando de inveja é o de percebermos o que nos leva a valorizar tanto assim o que é do outro! Por que será que muitos de nós nunca estamos satisfeitos com o que conquistamos?

Como sempre, meu convite é para que você olhe para si, para dentro, ou se preferir, olhe-se no espelho e perscrute sua alma! Pergunte-se: como me vejo, me avalio? O que realmente me faz feliz? O que quero da Vida? Ou ainda: tenho feito tudo que posso para me sentir feliz? Tenho lutado suficientemente para conquistar o que me faz sentido?

Uma das formas de olharmos para a inveja, entre tantas outras, é por meio de avaliarmos o quanto acreditamos poder alcançar tudo o que nos agrada, e vejam, não estou me referindo apenas ao que podemos conquistar materialmente. Aliás, para o invejoso, dificilmente se alcança um grau de satisfação suficiente: sempre falta algo! E é aí que temos que mudar o olhar para entendermos de onde vem este sentimento, fonte de muita frustração, ansiedade e mal-estar por parte de quem sente.

Da perspectiva que proponho olharmos para a inveja, poderíamos dizer que quem inveja algo ou alguém se afastou de si mesmo, de seu ser mais íntimo, de sua essência e com isto, não percebe ou mesmo não valoriza adequadamente a própria capacidade de alcançar aquilo que deseja e, consequentemente, acaba por invejar.

Um jeito de lidar com a inveja é usar uma palavra-símbolo. A palavra-símbolo é um lembrete para observarmos mais atentamente algo que queremos rever ou desenvolver em nós mesmos! Então, para trabalhar a inveja, escreva a palavra generosidade em vários post-its e os espalhe por onde você transita! Pode ser no espelho do banheiro, no desktop do computador, na porta do guarda-roupas! Cada vez que “encontrar” a palavra generosidade pelo caminho, você lembrará suas conexões neurais sobre a mesma e, principalmente, relembrará sua sábia essência de que este sim é um sentimento digno de você!

Apenas recordando, “generosidade” é o oposto ao da inveja, nasce da nossa capacidade mais ampla de discernir e irradiar coisas boas! Permite-nos perceber a nós mesmos de forma não julgadora, a trocar com o outro, dar e receber. Isto amplia nossa capacidade de compreensão das infinitas possibilidades que temos à disposição para atingirmos nossos objetivos e desejos. Trocar amplia e enriquece, invejar restringe e empobrece nossos repertórios de vida!

Compreender melhor a nós mesmos e ao outro facilita nossas trocas na vida e, consequentemente, a inveja vai cedendo espaço à sensação de que somos capazes de conseguir o que antes imaginávamos ser possível apenas ao outro e a felicidade começa a parecer algo possível!

Topa tentar?!

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269

 

Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.