exto: Andressa Mota/CCS | Fotos: Justino
Lucente/CCS
Faltando
dois dias para completar um ano do início da vacinação contra Covid-19 em
Piracicaba, hoje, quarta-feira, 19/01, o menino Adryan Samuel Maia Ponciano da
Silva, 10 anos, foi a primeira criança a ser vacinada contra a doença no
município. Esta nova etapa da vacinação teve início nesta manhã em cerimônia
simbólica no Centro de Reabilitação Piracicaba (CRP), onde Adryan faz
acompanhamento desde quando era bebê, devido à paralisia cerebral. A vacinação
regular de crianças de cinco a 11 anos com deficiência permanente ou
comorbidades, indígenas e quilombolas, por meio de agendamento, também tem
início nesta tarde, nas unidades de saúde.
Participaram
da cerimônia no CRP o prefeito Luciano Almeida, o secretário de Saúde, Filemon
Silvano, o coordenador de Vigilância em Saúde, Moisés Taglietta, o presidente
do CRP, Ricardo Miguel Kraide, profissionais da saúde e a imprensa.
"Iniciamos hoje mais uma etapa fundamental da campanha de vacinação contra
Covid-19 em Piracicaba. Já são mais de 788 mil doses aplicadas, com 83% da
população vacinada com as duas doses, mas as crianças ainda estavam no aguardo
e agora chegou a vez delas, para que também estejam protegidas, em especial dos
casos graves da doença", afirma o prefeito Luciano Almeida.
Adryan
é quinzista de coração e fez questão de estar com a camiseta do time para tomar
a 1ª dose da vacina. Acompanhando a mãe, a pedagoga Tucumã Maia
da Silva, o menino fala com alegria "Viva o SUS", frase que
se tornou referência na vacinação contra a Covid-19 no País. Tucumã conta que,
ao saber do início da vacinação infantil, conversou com Adryan, que ficou
feliz. "É um alívio. Nos sentimos honrados por ele ser a
primeira criança e aliviados para que possa
retornar às atividades, para a escola, para as terapias,
com mais segurança", afirma.
"Durante
a pandemia, ficamos acompanhando tudo em casa, fazendo as terapias e
atividades lá e trabalhando para que ele não sentisse tanto esse
impacto negativo", conta a mãe.
A
segunda criança a ser vacinada foi o menino Alex Thiago
Miranda Figueiredo, 11 anos, que tem a Síndrome de Angelman, doença
genética que afeta o desenvolvimento, como a ausência da fala, e faz
acompanhamento no CRP desde os 10 meses de vida. Para a mãe, a cabeleireira
Daiane Aparecida Miranda, a vacinação de Alex é uma mistura de emoções, com o
objetivo de proteção do filho. "O Alex tem um pouco do espectro
autista também e ele não usa máscara. Como a gente tem comércio em casa e ele
já pegou covid no passado, e eu não sabia como lidar com a situação porque ele
não fala – então eu tinha que ter aquele olhar de mãe em cima dele –, então
falei para o meu marido que temos que vacinar, confiando em Deus, na ciência e
pedindo para dar tudo certo, porque é mais uma proteção", comenta Daiane.
Ao todo, 19 crianças foram vacinadas na
cerimônia que ocorreu no CRP nesta manhã. Quem as vacinou foi a auxiliar de
enfermagem Adriana Biesse, que atua na rede municipal de Saúde há 30 anos.
"O sentimento de vacinar a primeira criança é de grande responsabilidade.
É a nossa esperança essa vacina, para que a gente volte à vida normal",
comenta Adriana.
O
secretário de Saúde, Filemon Silvano, pontua a necessidade de que crianças
também sejam imunizadas contra a Covid-19 com a vacina, uma vez que elas também
transmitem a doença, mesmo que geralmente apresentem quadros leves. "No
contexto que estamos de aumento exponencial de novos casos devido à variante
Ômicron, é essencial que a maior parte possível da população seja vacinada
contra a Covid-19, com a 1ª, 2ª dose e dose adicional também. Por isso a
vacinação das crianças é fundamental", lembra Filemon.
Para Kraide, presidente
do CRP, a vacinação dos atendidos pelo Centro de
Reabilitação é o que faltava para que elas voltem com
tranquilidade à rotina do acompanhamento que realizam. "Muitas mães tinham
medo de trazer as crianças, de voltarem à rotina delas. Então o trabalho dos
nossos profissionais também foi impactado. Apesar deles estarem vacinados, os
familiares relutavam em voltar. Dessa forma a vacinação das crianças vai
ser muito importante para poderem voltar à vida normal delas", afirma Kraide
que lembra que no período longe das terapias foi perceptível como o
desenvolvimento das crianças estacionou. "O fato de ficar um tempo
longe da fisioterapia, da aula, faz a criança regredir. Então é muito
importante que elas estejam presentes no dia a dia do Centro", enfatiza.
A
CAMPANHA – De
acordo com o PEI (Plano Estadual de Imunização), nesta primeira etapa da
campanha de vacinação contra Covid-19 em crianças serão vacinadas aquelas com
cinco a 11 anos com comorbidades ou com deficiência permanente e crianças indígenas
e quilombolas também na mesma faixa etária. Esse grupo está sendo vacinado com
a vacina Pfizer adaptada para doses pediátricas (frasco com tampa
laranja), com intervalo de oito semanas entre a 1ª e 2ª doses.
Taglietta, coordenador da Vigilância em Saúde,
conta que, em Piracicaba, cerca de 6.800 crianças se enquadram nos critérios da
primeira fase da campanha. Ao todo, a expectativa é que aproximadamente 35 mil
crianças entre cinco e 11 anos sejam vacinadas contra a Covid-19 no
município. As doses são enviadas pelo Estado. Em Piracicaba já chegaram 1.800
doses na segunda-feira e hoje devem chegar mais 2.200.
"A
expectativa é encerrar com agilidade esse primeiro grupo e também as 35 mil
crianças, contando com a volta às aulas no mês de fevereiro. Quero destacar
aos pais que a vacina é, sim, segura, e ela é necessária para a
proteção não só do seu filho, mas de todos que estão à volta dele. Então não
deixe de vacinar seu filho, entre no VacinaPira, agende a vacina quando
chegar a vez dele e, se possível, até o acompanhe, pai e mãe. É um momento
de bastante felicidade para todos nós e deve ser também para a família
piracicabana", orienta Taglietta.