Con-templar
Bom
dia!
Feliz
2022 cara leitora, caro leitor! Meu desejo sempre de saúde e paz!
Neste
primeiro texto do ano, gostaria de refletir um pouco sobre contemplação.
Num
fim de tarde extremamente agradável, me coloquei a olhar para o por do sol que
fazia com que diferentes nuances de rosa, laranja, azul e cinza fossem formando
nas nuvens, figuras as mais variadas: castelos, montanhas, caminhos, naves
espaciais… Todo tipo de imagens ia se formando naquele céu enquanto a Mãe Natureza
ia silenciando e trazendo uma sensação de profunda tranquilidade! Só os grilos
e quero-queros cantarolavam!
Um
misto de paz e alegria foi se instalando vagarosamente em mim! Naquele momento
de silêncio junto ao anoitecer, fui percebendo a sabedoria da palavra
contemplar que, já aviso aos professores e especialistas da língua, darei livre
interpretação à sua composição etimológica!
Fiquei
pensando que a palavra con-templar quer dizer “criar um templo” (templar) com
(con)! Minha ideia é a de que todo templo,
seja qual for, tem um quê de sagrado que nos traz para dentro de nós mesmos,
numa postura de reverência, respeito e silêncio. E contemplar a Natureza,
fazendo este silêncio interno e nos deixando invadir apenas pela beleza que ela
nos oferece sempre, é algo que temos perdido ao longo do tempo.
Na
verdade, engolidos por uma vida tão cheia de estímulos - computadores,
smartphones, tablets cheios de luzes, sons e informações sem fim- nos
esquecemos da importância de transformarmos nosso íntimo em um espaço de
apaziguamento!
Sem
silêncio não há criatividade e nem objetividade! Contemplar nos ajuda a
silenciar nossa mente tão cheia de ideias o tempo todo, mas não necessariamente
cheia de possibilidades inovadoras, assertivas e criativas.
A
maior perda talvez seja a de não nos vermos mais como parte da Natureza. Quando
silenciamos para observar a beleza de um por do sol, ouvir as ondas do mar
afagando as areias de uma praia, sentir os mais diversos cheiros de uma mata,
vamos sendo tocados por tudo isto e se quisermos, nos tornamos também um templo
silencioso onde reina o encantamento, a reverência e a paz.
Pra
este ano que se iniciou há 18 dias apenas, gostaria de deixar o convite para
buscarmos pequenos momentos de contemplação da Natureza, como um instrumento de
apaziguamento e renovação de nós mesmos.
Em
tempos tão conturbados de continuação da pandemia, incertezas sociais, medos,
ansiedades e busca por estarmos sempre bem em vários sentidos, contemplar pode
ser uma saída positivamente surpreendente! E de quebra, você perceberá o quanto
sua forma de olhar para a Vida se transformará também!
Só
depende do seu querer!
Maria
Beatriz da Silva Mattos
Psicóloga
- CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da
Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora
Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em
Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros
Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação
Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.
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Belo texto para a vida toda. Contemplar, uma viagem de amor pelo direito de existir em harmonia com a natureza.
Contemplar era uma prática de todo dia na minha infância na zona rural... No final da tarde, ver o dólar se pondo depois de dia de calor intenso, era como fazer parte. Durante o dia, a terra, as plantações, os bichos, tudo parte da minha natureza. Agora morando em São Paulo, cada mês preciso dar um pulo no interior, só pra ver mato, montanha bicho. Sinto wue todos precisamos da natureza para contemplar. Gente perto de natureza acalma amansa, relaxa.
Contemplar era uma prática de todo dia na minha infância na zona rural... No final da tarde, ver o dólar se pondo depois de dia de calor intenso, era como fazer parte. Durante o dia, a terra, as plantações, os bichos, tudo parte da minha natureza. Agora morando em São Paulo, cada mês preciso dar um pulo no interior, só pra ver mato, montanha bicho. Sinto wue todos precisamos da natureza para contemplar. Gente perto de natureza acalma amansa, relaxa.
Excelente reflexão! Gratidão! Nutriu minha alma.