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10/12/2021 05H48
Era uma vez um país chamado esperança habitado por moradores que tinham uma mesma característica: eram guerreiros e não desistiam facilmente de nada até que um dia foi atingido por uma terrível pandemia e, em pouco tempo centenas de milhares de
les haviam falecido. Mas, mesmo assim, eles não desistiam e mantinham acesa a chama da esperança por melhores dias.
E nessa luta desesperada pela sobrevivência finalmente foi descoberta uma vacina e aí o país da esperança se dividiu em dois: de um lado os que defendiam a ciência e a vacinação em massa como forma de conter a pandemia; do outro, em menor número, os negacionistas, que colocavam em dúvida a eficácia das vacinas, afirmando que havia medicamentos tão eficazes quanto elas. No meio dessa disputa ideológica ficaram os habitantes sem saber em quem acreditar.
A cada tempo surgia uma nova teoria e as autoridades, também divididas, ficaram sem rumo e, da mesma forma que os habitantes do país da esperança, perdidas em meio a um turbilhão de informações.
Festas foram canceladas, espaços públicos foram fechados, disputas esportivas passaram a ser feitas sem público, os mortos pela pandemia eram sepultados rapidamente, as aulas foram suspensas, shows e apresentações artísticas foram proibidas e várias outras medidas restritivas foram adotas, mas, os habitantes se mantinham esperançosos em dias melhores.
Mas, quando tudo parecia caminhar para a normalidade, surge um novo vilão na forma de uma variante do terrível vírus e, com ela, a ameaça de uma volta ao passado, mas, mesmo assim, os habitantes não perdem a esperança.
Era uma vez.... era uma vez.... no meio de tanta esperança uma única certeza: esse país jamais será o mesmo porque teve sua população reduzida em centenas de milhares de pessoas, ficou desacreditado de suas autoridades, viu a ciência ser trocada pela ideologia política, assistiu atônito a vida humana ser espezinhada, viu pessoas morrendo por falta de oxigênio dentro de hospitais, viu pais enterrando filhos e vice-versa. Era uma vez.
Colunista: Carlos Eduardo Gaiad - Jornalista