O projeto de pesquisa e artes integradas “Ciaporã: da Casa do Povoador à Lagoa das Almas” segue nesse final de semana com sua temporada de apresentações em diferentes pontos turísticos de Piracicaba (SP). As próximas performances acontecem no sábado, 27, no Monte Alegre (em frente à Casa do Marquês) e no domingo, 28, no Parque do Mirante (próximo ao Aquário Municipal). O horário de início é sempre às 16h e a entrada é gratuita.

 

A programação reúne o lançamento de uma videodança no dia 6 de dezembro, no Espaço Cultural Garapa de Piracicaba e uma exibição com bate-papo no dia 21 de dezembro na sala 2 do Teatro Municipal Dr. Losso Netto.

 

A iniciativa é apoiada pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, nº 14.017/2020, com realização do Governo Federal, Prefeitura de Piracicaba e Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo. 

 

A performance, que reúne dança, música e vídeo, explora a temática dos povos antigos da região, tendo como ênfase o embate entre o colonizador e o colonizado, e o conceito de “Espírito do Lugar”, de viver às margens do rio que corta a cidade, como representado, também, pelo trabalho de Elias dos Bonecos, figura emblemática da tradição cultural do município.

 

As apresentações já aconteceram no Espaço Pipa (Associação Síndrome de Down) e na Casa do Povoador, às margens do Rio Piracicaba.

 

Lua bonita

 

Ciaporã, em guarani, quer dizer “lua bonita”, aquela refletida nas águas. Nome aludido pelo antropólogo urbano, Arlindo Stefani, a uma área da cidade, nos arredores do Engenho Central, que é conhecida como Lagoa das Almas, devido à sua relação sagrada com povos negros escravizados. Ciaporã aparece na realização do diagnóstico de Arlindo para o projeto Beira Rio, em busca do "Espírito do Lugar" e da criação de políticas públicas que levassem em conta esse espírito, o rio e os habitantes da cidade.

 

O projeto de pesquisa é desenvolvido e idealizado pelas artistas da dança Carolina Moya e Julia Giannetti e surge como forma de dar prosseguimento às pesquisas que deram origem ao projeto “Outras Margens do Rio”, criado pelas mesmas profissionais.

 

Além das idealizadoras, também participa das performances o músico Ben Trevis, responsável pela sonorização das apresentações, por meio da utilização de guitarras e instrumentos de percussão.

 

“Essa produção, que partiu do encontro simbólico entre o rio e a cana-de-açúcar, desdobra-se em tornar visível o extermínio de nossa ancestralidade indígena, procurando os rastros dos povos antigos que habitavam essas terras antes da invasão europeia no Brasil”, afirma Carolina Moya, uma das idealizadoras.

 

“A cadeia de produção da cana-de-açúcar, nesse projeto, mostra-se representada no processo de desmatamento do estado de São Paulo para a monocultura, contribuindo para o apagamento das culturas indígenas e extermínio da população, provocando deslocamentos forçados de grupos indígenas ao escravizá-los para o trabalho", contextualiza Julia Giannetti.

 

Ficha Técnica

 

Artista criadora e intérprete - Carolina Moya

Artista criadora e intérprete - Julia Giannetti

Músico - Ben Trevis

Filmagem - Edson Figueroa

Edição de Vídeo - Bruna Epiphanio

Fotografia - Daniel Cunha

Produção Executiva - Mariana Pedrozo

Assessoria de Imprensa - Claudia Assencio e Rafael Bitencourt /Tempo D Comunicação e Cultura

 

 


Próximas apresentações

 

Novembro

 

- 27/11 - 16h - Sábado - Monte Alegre, em frente à Casa do Marquês.

- 28/11 - 16h - Domingo - Parque do Mirante, próximo ao Aquário Municipal.

 

Dezembro

 

- 06/12 - 20h - Lançamento da Videodança do Projeto Ciaporã – Espaço Cultural Garapa, na Rua Dom Pedro II, nº 1313, Bairro Alto, Piracicaba.

 

- 21/12 - 19h - Última exibição da Videodança, seguida de bate-papo presencial com a equipe na sala 02 do Teatro Municipal de Piracicaba “Dr. Losso Netto”, na Rua Gomes Carneiro, nº 1212, Centro Piracicaba.

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