Texto e pesquisa de Vitor Prates – Radio Piracicaba

Arte: Radio Piracicaba

15 de Novembro de 2021, completa seus 108 anos de vida um dos mais tradicionais e apaixonante time de futebol o Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba.

 

Tudo começou em 1910 na pérola Paulista, quando duas tradicionais famílias Piracicabanas, Pousa e Guerrini, administravam o futebol amador da cidade de Piracicaba. A reunião das duas famílias aconteceu em 11 de outubro de 1913, foi que começou a história do Glorioso. Houve uma reunião entre os Pousa e os Guerrini na data acima, conforme foi publicado no jornal da época.

 

Não existem livros e nem atas que registram quando aconteceu a primeira reunião e esta polêmica até os dias de hoje. Na época aconteceu dois incêndios que destruíram a sede do XV, que estava no cruzamento entre as ruas XV de Novembro e Alferes José Caetano e a outra sede na rua Regente Feijó. Sem o material não tem como comprovar em qual foi a data que o Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba foi fundado.

 

Existe até uma divergência entre a fundação do clube, os jornais locais (A Gazeta e O jornal) que no dia 11 de outubro de 1913 um sábado publicaram uma nota assim: FOOT BAL, se inaugura um novo clube na cidade, intitulado de 15 de Novembro. Depois disso, os jornais silenciaram a respeito do XV, voltando assim somente a registrar suas atividades, no seu primeiro confronto.

 

O primeiro jogo oficial do clube aconteceu em 16 de Novembro de 1913, contra o Grêmio Normalista. XV de Piracicaba nasceu no cenário do futebol com a fusão do Vergueirense e do 12 de Outubro que eram administrados pela família Pousa e Guerrini.

 

Como as duas famílias eram muito amigas, resolveram então se juntar e montar um único clube na cidade, foi então que chamaram o Cirurgião dentista e Capitão da Guarda Nacional Carlos Wingeter (foto) para ser o primeiro presidente que deu o nome de XV de Novembro, em homenagem a Proclamação da República.

Primeira Diretoria do Esporte Clube de Novembro de Piracicaba

Em 4 de dezembro de 1913 foi publicada na imprensa piracicabana a seguinte relação:

·         Presidente – Capitão Carlos Wingeter

·         Vice-presidente – Tibúrcio de Oliveira

·         1º Secretário – Erothides de Campos

·         2º Secretário – Francisco Rigato

·         1º Fiscal – Jerônimo Huffenbaecher

·         2º Fiscal – Luciano Servija

·         Capitão – Francisco Pelegrino (Paco)

·         Vice-Capitão – Francisco Pousa

·         Tesoureiro – Américo Guerrini

·         Procurador – Alberto César de Oliveira

 

1947 – Primeiro campeão da Segunda Divisão Paulista

O ano foi 1.947, o XV de Piracicaba disputava a competição juntamente com outros 14 clubes. Foram 26 jogos, o Nhô Quim terminou com 37 pontos, após 14 vitórias, nove empates e apenas três derrotas.

 

Na campanha do alvinegro foram algumas goleadas, como um 6 a 2 no São Bento, 5 a 0 no Rio Branco, 6 a 2 no Palmeiras de Franca, 6 a 2 no Francana, 4 a 0 no Botafogo e 4 a 0 no Guarani.

1948 – Bicampeão e Pioneiro da Lei do Acesso


No ano de 1.948 o XV de Piracicaba disputou novamente a Segunda Divisão, pois em 1.947 o campeão não tinha o direito de acesso.

 

O título veio novamente e o bicampeonato. O XV de Piracicaba disputou o triangular final contra o Linense e o Rio Pardo.

 

Na semifinal o XV fez 2 a 1 na equipe de Santa Cruz do Rio Pardo e derrotou o Linense na final por uma goleada por 5 a 1, subindo pela primeira vez e ficando conhecido como “O Pioneiro na Lei do Acesso”, título que carrega em seu hino até hoje.

 

1967 – Tricampeão do Campeonato Paulista Série A2

O XV conquistou em 1967 seu terceiro título da Série A2. Ano que o clube ficou com a Taça dos Invictos, foram 25 jogos sem perder, no qual deu ao alvinegro ficar com o troféu.

 

Jogos da conquista da Taça dos Invictos:

21/05/1967 – Internacional (Limeira) 0x3 XV
25/05/1967 – XV 2×0 Estrada (Sorocaba)
28/05/1967 – Jabaquara 0x3 XV
04/06/1967 – XV 7×0 Saad
11/06/1967 – São Carlos 0x2 XV
18/06/1967 – XV 5×0 Esportiva (Guaratinguetá)
25/06/1967 – Ponte Preta 0x0 XV
29/06/1967 – XV 5×0 São José
02/07/1967 – XV (Jaú) 1×2 XV
09/07/1967 – XV 1×0 Ferroviária (Botucatu)
16/07/1967 – XV 1×1 Paulista
23/07/1967 – Palmeiras (São João da Boa Vista) 2×4 XV
29/07/1967 – XV 5×0 Taubaté
06/08/1967 – Bragantino 1×1 XV
13/08/1967 – XV 2×2 Nacional (Capital)
21/08/1967 – XV 3×1 Internacional (Limeira)
26/08/1967 – Estrada (Sorocaba) 0x1 XV
03/09/1967 – XV 1×0 Jabaquara
07/09/1967 – Saad 1×3 XV
10/09/1967 – XV 2×0 São Carlos
17/09/1967 – Esportiva (Guaratinguetá) 0x1 XV
24/09/1967 – XV 1×0 Ponte Preta – jogo da conquista
01/10/1967 – São José 0x0 XV
08/10/1967 – XV 3×0 XV (Jaú)
15/10/1967 – Ferroviária (Botucatu) 1×1 XV

Em jogo realizado no Pacaembu o XV de Piracicaba venceu o Bragantino por 4 a 3, o qual retornou mais uma vez para a primeira divisão.

 

1976 – Vice-campeão paulista

O Campeonato Paulista de 1.976, o XV de Piracicaba fez sua melhor campanha na história na elite do Campeonato Paulista, conquistando um inédito, vice-campeonato.

 

Na primeira fase, o Nhô Quim terminou na terceira posição do Grupo 3, se classificando para a fase final.

 

O jogo do título foi XV de Piracicaba e Palmeiras, no qual o time da Capital ganhou por 1 a 0, gol de Jorge Mendonça.

 

1977 – Primeira participação na elite do Brasileirão

O XV de Piracicaba disputou diversas competições ao longo da sua história. E não poderíamos deixar de destacar o Campeonato Brasileiro de 1.977.

 

O grupo contava com Palmeiras, São Paulo, CRB-AL, Sport-PE, Náutico-PE, Botafogo-PB, Santa Cruz-PE, CSA-AL, Treze-PB.

 

Na fase seguinte o XV de Piracicaba enfrentou ABC-RN, Grêmio Maringá-PR, Flamengo-RJ e Cruzeiro-MG.

 

No total foram 18 jogos, com 4 vitórias sendo uma delas por 1 a 0 no Flamengo, 08 empates e 06 derrotas.

 

1983 – Tetracampeão da Série A2


Foram 46 jogos disputados, uma longa jornada para o esquadrão alvinegro. No dia 30 de novembro o XV de Piracicaba recebeu o Bandeirante no Estádio Barão da Serra Negra e conquistando o título após vencer por 3 a 2 (gols de Carlucio, Lima e Chicão). No total foram 34 vitórias, sete empates e cinco derrotas.

 

1995 – Campeão Brasileiro da Série C


O ano de 1.995 ficou marcado por um ano conturbado pelos lados da Silva Jardim. De rebaixamento no Campeonato Paulista no primeiro semestre ao título do Campeonato Brasileiro da Série C, com o comando de Osvaldo Alvares o Vadão.

 

Na final, duas vitórias sobre o Volta Redonda-RJ. A campanha do título, foram 16 Jogos, nove vitórias, três empates e quatro derrotas. Entre os funcionários que estão hoje no clube e fazia parte desse elenco está Carlos Querino, o Carlão é supervisor nas Categorias de base do alvinegro. Entre outros que passaram pelo clube, como Cristiano Cavalcanti e Cleber Gaúcho.

 

2010 – Acesso para a Série A2


O ano de 2010, foi de dar a volta por cima. Início difícil, XV não se encontrava no Campeonato Paulista, teve que mudar o comando técnico, saindo Nei Silva e entrando o jovem e promissor técnico Moisés Egert.

 

O Nhô Quim com Moisés Egert, se recuperou na competição e terminou a primeira fase em 7° lugar. Na fase seguinte, caiu em um grupo, com Ferroviária, XV de Jaú e Comercial, mas conquistou um acesso após um histórico empate em 0 a 0 em Ribeirão Preto, com um gol do adversário sendo anulado nos acréscimos, a batalha do Palma Travassos.

 

2011 – Pentacampeão da Série A2


Foram anos e anos jogando Série A3 do Campeonato Paulista, desde que veio o acesso em 2010. No ano seguinte o tão sonhado acesso e título veio.

 

Mais um vez sob o comando de Moisés Egert, o XV terminou a primeira fase com 35 pontos em 18 jogos. Na fase semifinal, subiu após uma vitória sobre o Monte Azul, na casa do adversário. Na final, confronto único no Barão da Serra Negra e vitória nos pênaltis sobre o Guarani.

 

2016 – Campeão da Copa Paulista


O ano da consagração o ano do tão sonhado título da Copa Paulista, veio na dramática final contra a Ferroviária em dois jogos.

 

A primeira partida no Barão da Serra Negra, vitória do Nhô Quim, por 2 a 0, com dois gols no artilheiro Rafael Gomes e a dramática decisão em Araraquara no qual teve de tudo, até dilúvio antes da bola rolar.

 

O Nhô Quim foi surpreendido em Araraquara, e perdeu para a Ferroviária por 3 a 1. Na disputa por pênaltis, o goleiro Mateus Pasinato, que falhou no tempo normal, se redimiu ao defender dois pênaltis e o XV retornou ao Campeonato Brasileiro desta vez na Série D.

 

Parabéns ao destemido e valente, ao Nhô Quim, ao Esporte Clube de Novembro de Piracicaba, pelas suas glórias e história que engrandece a nossa cidade.

Hino Oficial

Anuar Kraide e Jorge Chaddad

Salve o XV de Novembro,
Glorioso esquadrão,
Na vitória ou na derrota,
Está em nosso coração.

No basquete e futebol,
É motivo de vaidade,
Pioneiro na lei do acesso,
Engrandece nossa cidade.

Vamos XV para frente,
Outra vitória conquistar,
Destemido e valente,
Só nos pode orgulhar.

Vamos XV para frente,
Outra vitória conquistar,
A torcida está presente
Para sempre incentivar.

*Na letra original, alterada em 1995 pela TAM, a segunda estrofe era assim:

No basquete és colossal
Ó gigante do interior.
Muitas vezes campeão
No Brasil e no exterior.

Já o hino popular, também chamado de caipira, é mais famoso inclusive que a canção de kraide e Chaddad. De acordo com informações iniciais, a música teria sido criada por estudantes da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que cantavam para brincar com o sotaque local. Entretanto, segundo o jornalista Cecílio Elias Netto, o hino popular foi produzido por torcedores da cidade de Campinas para satirizar os piracicabanos, que ficavam irritados ao serem chamados de caipiras. Com o tempo, os  quinzistas resolveram assumir a canção e acrescentaram alguns versos, entre os quais: “já que tá que fique” e “XV, crá, crá, crá”.

 

Hino Popular

Adaptado por alunos da Esalq

Cárxara de forfe,
Cúspere de grilo,
Bícaro de pato,

Ásara de barata,
Nheque de porteira,
Já que tá que fique,
Suvaco de cobra,

Sem óio de breque,
Óculos de raiban,
Carcanhar de bode,
Toceira de grama,

Já que tá que fique,
XV, crá, crá, crá.

 


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