“Tudo está certo no
universo.” Quando ouvi de uma pessoa essa frase pela primeira vez, estava
inconformada com uma situação, a qual eu já havia tentado reverter - de todas
as formas - sem sucesso. Eu realmente acreditava que aquilo deveria ter
acontecido de outra forma, e queria que fosse possível mudar o rumo das coisas.
E naquela hora, vocês sabem, surgem os milhares de “E se... ? ” e “Por quê?” na
cabecinha.
Não estou me referindo em deixarmos de fazer o
melhor que pudermos em busca do que almejamos e de deixarmos a ‘vida nos levar’,
para posteriormente culparmos o destino, – de jeito nenhum! - mas sobre aceitarmos que após nossas escolhas e
ações, e por mais que nos empenhemos, nem sempre o que desejamos é aquilo que
realmente precisamos !!! Aliás, geralmente não fazemos ideia do que precisamos
atravessar nessa vida. Não é apenas sobre a gente, mas sobre um projeto maior,
mais amplo. É o universo em ressonância. Somos afetados por esse movimento em
conjunto, assim como nossas ações reverberam no movimento do todo.
A partir do momento em que eu entendi isso, enxerguei e senti um portão - ou um portal – abrindo-se com acesso ao infinito mesmo! E ainda que sem a visão dos próximos acontecimentos,
foi a minha entrega ao incontrolável e invisível que me aliviou! Porque eu
estava me entregando ao mesmo tempo para uma certeza:
a certeza que nada na vida deve
ser diferente do que é, e da forma como se apresenta no momento em que se
apresenta. Nada do que foi poderia ter sido de outra maneira. Não pôde ser, e
não pode ser, e não poderá. Mesmo quando eu tento de tudo e esgoto
possibilidades, essa entrega a um poder muito maior - além de mim - traz uma
leveza tremenda! É acreditarmos que não há nada mais ‘certo’ para nós do que
essa incerteza: o que quer que nos aconteça está na hora de acontecer, eu não
controlo mas precisa ser, e ponto final. Trocamos a forma de questionamento: em
vez de “Por que eu?” e “Por que comigo?”, passamos a nos perguntar
“PARA
QUÊ?”. Estou passando por isso para quê? Para onde vai me levar? O que posso
e preciso aprender? Vamos dirigir nossa mente para a busca das lições
escondidas nos acontecimentos, e assim abriremos nossos corações para mudar o
que deve ser modificado. Eu me entrego ao que não posso controlar com a certeza
de que aquilo que o universo me dá é sempre o melhor para mim.
Quantas vezes você já
questionou a sua vida, a sua posição e o que acontece com você? O seu ‘destino’: “Por que nasci nessa família?”, “Não suporto o clima dessa cidade
... que azar morar aqui!”, “Por que fui nascer justamente nesse país?”, “Estou no lugar errado, na hora
errada.”, “Me sinto rodeado(a) por pessoas que me fazem mal.”, ou ainda “Eu não mereço passar por isso!”. Questionamos e rejeitamos o que a vida nos apresenta
e até nossas escolhas já feitas, com a compreensão limitada que desconsidera
sermos parte -uma partícula- de um TODO gigantesco. Desconhecendo que recebemos
tudo o que é necessário para nossa evolução. Estamos passando pelo que é
verdadeiramente essencial para aprendermos e crescermos.
Falta abrirmos nossos olhos
e corações para as infinitas possibilidades que o universo nos entrega. Aquilo que
de momento a gente sente ser inadequado, fora da ordem, absurdo, azar, injusto
ou desnecessário, algum tempo depois vai fazer todo o sentido. E ainda que não
reconheçamos, terá sido a experiência que nos prepara para outras.
É preciso que continuemos a nossa luta em busca do que almejamos, claro, só que acrescentando a aceitação da vida, com o acolhimento das tristezas e alegrias, e com a certeza absoluta de que não há nada de ‘errado’ que aconteça conosco ou que esteja ao nosso redor. Pode ser dificílimo compreendermos no momento e inevitável o sofrimento, mas pode nos ajudar muito pensar que o acontecimento faz parte de um plano maior, e que é o melhor que pode suceder. Sempre o melhor e o mais acertado. Tudo se renova! O ciclo dos dias é uma representação disso. Tudo recomeça e para tudo há um propósito. Vem comigo! Caindo e levantando, e lembrando, e acatando, renovando, e principalmente cofiando que TUDO É SOLUÇÃO.
Por Gabriela Bertoli - Jornalista