Neste domingo, 6 de junho, ficou definido por uma determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, que Rogério Caboclo momentaneamente, não é mais presidente da CBF.

 

O afastamento do dirigente é por 30 adias, após uma funcionária da CBF acusar o dirigente de assédio sexual e moral.

 

Antônio Carlos Nunes o vice-presidente mais velho, assume durante o período que Rogério estará afastado. Uma reunião extraordinária entre os diretores da CBF e os oito vice-presidentes eleito foi convocada para a esta segunda-feira (07), pela manhã no Rio de Janeiro.

 

Pressionado por patrocinadores e outros dirigentes da confederação, Caboclo agora cuidará de sua defesa - ele afirma que nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai provar no processo da Comissão de Ética, criada em 2017 - e sairá de cena no momento de atrito entre comissão técnica e jogadores da seleção brasileira antes da Copa América. Tite e o grupo de atletas prometem se manifestar na terça-feira sobre a realização do torneio no país.

 

Caso de "urgência comprovada"

 

A decisao em apenas dois dias foi possível pela gravidade das acusações. Isto porque o artigo 143 do estatuto da CBF prevê que a diretoria pode afastar, em caráter preventivo, "qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF."

 

A Comissão de Ética se reuniu emergencialmente no sábado e analisou as 12 folhas de denúncias da funcionária cerimonialista da CBF.

 

A denúncia que derrubou o presidente

 

Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se "masturbava". Entre outros episódios de extrema gravidade, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de "cadela".

 

Segundo relato da funcionária, que tem oito anos de CBF, Caboclo fazia consumo de álcool durante o expediente. Ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro para que o dirigente pudesse beber sem ser notado. Também cabia a ela recolher as garrafas vazias. Em viagens, era orientada a pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis – mas marcar o consumo no quarto dela.

 

Ela detalha um caso ocorrido no dia 9 de março de 2021, na casa do dirigente em São Paulo, onde auxiliava Caboclo em reuniões presenciais e virtuais. Após um dia inteiro de consumo de bebida alcoólica, o dirigente teria chamado a funcionária de "cadelinha", e em seguida ofereceu biscoitos de cachorro para ela. Como a funcionária o repreendeu, ele então passou a simular latidos.

 

A funcionária também afirma que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e pediu que ela mudasse a maneira de se vestir – teria até oferecido dinheiro a ela para comprar novas roupas. Após seguidos episódios, ela pediu licença por motivos de saúde. O presidente da CBF, então, ofereceu um acordo a ela – em troca de dinheiro, ela teria que negar a existência dos abusos e teria que mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. Ela recusou e fez a denúncia.

 

Por Vitor Prates – Rádio Piracicaba

Com informações do Globoesporte.com

Foto: CBF

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