Ao jornal compete trazer os fatos, a
realidade. E, sim, nos últimos
tempos uma avalanche de “más” notícias, que tem sido a cada dia mais “evitadas”
por quem avalia que a saúde mental possa ser drasticamente afetada por elas.
A forma como recebemos
a informação é muito particular. A maneira como experimentamos a informação é única em cada ser, e essa percepção
individual é geralmente alicerçada por nossas experiências do passado, e por valores
morais que carregamos desde a infância. Nós simplesmente sentimos de formas
diferentes. E concebemos O MUNDO através desses ’sentidos’. Reconhecemos que
algo penetrou em nossa mente e corpo, e isso pode nos fazer bem ou mal. Assim
que nos tornamos conscientes da situação, cresce a sensação. Mas o que fazemos dela ou a partir dela?
Sentimos muito em tudo?
Eu sinto muita indignação e muita
compaixão. Sinto muita repulsa e muita empatia. Sinto muito apego e muita
necessidade de libertar e de liberdade. Sinto desespero
e calma. Sinto muita raiva e muito amor! Todos sentimos de tudo, e antagonismos à parte, o “sentir” – seja lá o
que for, com intensidade – é importante, e muito mais valioso quando nos
dedicamos a racionalizar esse sentimento, e quando escolhemos transformar essa
sensação em algo concreto, praticando o que possa evitar ou auxiliar. Assumirmos
o sentimento, sem apenas usá-lo como desculpa para persistirmos em erros, potencializa
nossa existência. Podemos ir muito além do “sinto muito” como pedido de
desculpas, e a partir do reconhecimento daquilo que ME TOCA, eu me dou conta do
que eu preciso MUDAR e do que eu posso e preciso FAZER! Eu me torno consciente,
permito a sensação e dou um passo adiante: me abro para algo MAIOR e MELHOR.
Aliás, caro leitor, este é o meu primeiro texto na coluna do portal da Radio Piracicaba, e mesmo com a cabeça fervilhando e com o coração cheio de boas intenções há anos, somente agora estou agindo de acordo com minha vontade de expressar e dividir dilemas, experiências, conhecimentos. Muito me questionei –acomodada- se deveria publicar minhas escritas, reflexões e opiniões. Muito senti e pouco fiz a respeito; apesar da voz interior me dizendo que poderia, e do sentimento dizendo que eu deveria. Estou dando meu primeiro passo nesse sentido e aproveito para lhe fazer um convite: PARA CADA “SENTIR” intenso, ao invés de uma reação impensada ou acomodada, uma AÇÃO correspondente EDIFICANTE.
Que tal ?
É isso mesmo !! Te provoco a AGIR para cada SENTIR profundo,
ao invés de apenas reagir. Porque a ação é poderosa! Fazendo a parte que nos
cabe, o que for possível dentro do nosso contexto, o que estiver ao nosso alcance.
E há muito!! Vamos juntos ?
Prédios bombardeados,
guerras, violência em todos os âmbitos, tiroteios em favelas e Ohio? E eu posso colaborar controlando as minhas formas
de violência - no transito, no lar, com meus filhos e com cada ser vivo; em
meus julgamentos sobre pessoas e situações que mal conheço. Devo abolir o desrespeito
do meu cotidiano, a começar com o descaso por mim.
A corrupção generalizada? Eu combato a tentação de usar do meu ’jeitinho
brasileiro’, das vantagens que procuro tirar vez ou outra; meu costume em furar
filas - o passar na frente em qualquer situação ; a tendência em buscar o que possa
me favorecer sem pensar naqueles que não tem privilégios e precisam mais do que
eu. Eu posso procurar agir com justiça em todos os momentos.
A fome que está
deixando 19 milhões de brasileiros com menos imunidade e, consequentemente,
mais vulneráveis ao coronavírus? Eu posso equilibrar melhor as formas de desperdício no meu dia a dia, posso
controlar meu consumo, posso desapegar daquilo que não me fará falta, e doar o
que me sobra. Eu posso escolher acrescentar comida na vida de alguém.
O drama dos brasileiros
desempregados? Eu posso procurar
entender as necessidades, procurar saber mais sobre as pessoas ao meu redor e estender
a mão da forma que eu puder. Honrar o
meu trabalho. Manter-me atento para fazer pontes que ofereçam oportunidades,
sempre que estiver ao meu alcance.
A depressão que, já
era o mal do século, na pandemia cresceu? Eu demonstro
que me importo. Eu não julgo a dor alheia. Eu não ignoro e nem negligencio
quando percebo a tristeza nos olhos, na mensagem de texto, na voz ou na
quietude de quem me cerca. Eu dou atenção. Levo a palavra de conforto, busco a atitude
compreensiva. Eu ajo com empatia, carinho, consolo, orientação.
Atitudes
discriminatórias? Eu começo reconhecendo que elas existem, sim, e assumindo que possam
existir em mim também. Eu procuro validar o sofrimento de quem passa por
preconceitos. Eu ensino meus filhos a amar sem distinção, e demonstro esse amor
agindo como verdadeiro irmão dos meus irmãos.
Novas variantes da Covid-19
no Brasil? Eu posso escolher usar máscara,
lavar as mãos com frequência, e manter o distanciamento social possível. Procuro
preservar a mim e a quem me cerca, com o máximo de cuidados.
Luto? Eu
ofereço amor através da palavra, do colo, do abraço, do ombro, da ORAÇÃO todos
os dias, todas as horas, a qualquer momento, para quem quer que seja! Eu posso
telefonar mais vezes para conversar ou para deixar chorar.
Eu desejo que para
cada informação triste, angustiante, absurda, revoltante, nós consigamos agir
na direção contrária. Ao invés de apenas reagirmos – acomodados - que possamos enxergar além das nossas bolhas em
nossos dias, e a partir desse olhar atento e do ‘desconforto’ gerado, consigamos
sentir e realizar mais de forma AMOROSA, em situações do cotidiano. O mundo
precisa do amor em movimento! De tempo dedicado a esse AMOR que eu e você
sentimos muito, e que, quando transformado em AÇÃO é capaz de transmutar
qualquer dor.
Façamos MAIS por AMOR!
Por Gabriela Bertoli - Jornalista
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Gabi, minha parceira de agir ao invés de reagir diante do esforço dos profissionais da linha de frente da Covid, a agir diante da fome e frio de tantas famílias, te desejo sucesso e que suas palavras ajudem várias pessoas a sairem da área de conforto e passarem a agir , deixando que a alegria que sempre trasborda em nossos corações quando agimos, transbordar em seus corações também. Toda ação que visa o bem, a honestidade, o servir seja da maneira que for, nos transforma em receptores de amor e energia positiva . Sempre é uma explosão de alegria! Obrigada por fazer parte da minha história!
Gabriela, continue escrever, pois você tem um sensibilidade impar.Parabens pelo belo texto. ❤❤👏👏
Gabi, cada dia mais vc me inspira. Que texto perfeito para o momento que estamos vivendo. Você e luz e te admiro muito .
Simplesmente vc me representa, soube retratar nesse texto tão bem elaborado, exatamente com me sinto!!!
Espetacular o texto!! Parabéns, essa jornalista é top.
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Parabéns!!!! Amei o texto... concordo plenamento com vc!!!!