Morreu neste domingo, 16 de
maios, aos 41 anos o prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).
Desde 2019, Bruno lutava contra um câncer no sistema digestivo com metástase
nos ossos e no fígado.
Covas estava internado no Hospital
Sírio-Libanês, no Centro da capital paulista, desde 2 de maio, quando se
licenciou da prefeitura. Na sexta-feira (14), ele teve uma piora no quadro de
saúde e a equipe médica informou que seu quadro
havia se tornado irreversível.
"O prefeito de São
Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um câncer da
transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações
após longo período de tratamento. Ele estava internado no Hospital
Sírio-Libanês desde o dia 2 de maio, sob os cuidados das equipes médicas
coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch
Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e Prof. Dr. Roberto Kalil", diz a nota
divulgada pela Prefeitura de São Paulo.
Covas teve o câncer
diagnosticado em outubro de 2019, após ser internado com uma infeção
na pele chamada erisipela. O tumor regrediu, mas, neste ano, novos
nódulos foram encontrados no fígado, na coluna e na bacia.
O prefeito deixa o filho,
Tomás, de 15 anos.
Covas é o primeiro prefeito
da cidade de São Paulo a morrer durante o mandato. Ricardo
Nunes (MDB), o vice que hoje é prefeito em exercício, irá assumir
definitivamente o
cargo.
Nascido em Santos, no litoral paulista, em
7 abril de 1980, Covas era filho de Pedro Lopes, engenheiro da Autoridade
Portuária de Santos, e Renata Covas, a única filha mulher de Mário Covas e Lila.
Era o neto favorito de Mário Covas, que
foi prefeito da capital na década de 1980 e governador do estado entre 1995 e
2001.
Infecção na pele e
diagnóstico de câncer
Em 19 de outubro de 2019, o prefeito
foi diagnosticado com erisipela, uma infecção na pele. Ele foi medicado e
liberado, mas, uma semana depois, foi internado. A infecção havia
evoluído para trombose venosa profunda (coágulos) na perna direita.
Os coágulos subiram para o pulmão, causando
o que é chamado de embolia.
Foi durante os exames
para localizar os coágulos que médicos detectaram o câncer. O nódulo estava na
cárdia, região entre o esôfago e o estômago, com metástase no fígado e nos
linfonodos.
Tratamento
e eleição
Em 29
de outubro de 2019, Bruno Covas iniciou
o tratamento contra o câncer, que previu inicialmente 8 sessões de
quimioterapia, sem deixar o cargo de prefeito e despachando por meio de
assinaturas digitais.
Em entrevista ao
“Fantástico”, Covas disse que estava confiante e
boletins médicos informaram que ele reagiu bem às primeiras sessões, sem
efeitos colaterais relevantes.
Em dezembro de 2019, a equipe médica disse que
o tumor regredira de modo expressivo. Dois dias depois, contudo, ele foi para a
UTI após um sangramento no fígado. As sessões continuaram e, apesar do
episódio, a equipe continuava informando que ele apresentava “ótimo quadro
geral”.
Em 2 de janeiro de 2020,
ainda em tratamento, o prefeito anunciou
em entrevista à CBN que seria candidato à reeleição à
Prefeitura de São Paulo. Adiante, suas principais promessas de campanha foram
zerar a fila de creches, criar unidades de saúde (UPAs e UBSs), um programa de
moradias populares na cidade, um sistema de transporte público por barcos e
avançar no plano de privatizações.
No mês seguinte, ao término da 8ª sessão de
quimioterapia, os tumores do fígado e da região da cárdia não apareceram nos
exames. Já os linfonodos, que são gânglios, apresentaram aumento, indicando que
o câncer persistia.
Uma nova fase do tratamento foi iniciada,
com a imunoterapia, que visa potencializar o sistema imunológico para
atacar células cancerígenas. Àquela altura, Covas divulgou um vídeo para
agradecer o apoio que estava recebendo.
Em maio de 2020, o
prefeito chegou a ser hospitalizado devido a um
desconforto abdominal - os exames indicaram que se tratava
de uma colite, inflamação do cólon, parte central do intestino grosso.
Covas chegou a se mudar para a sede da Prefeitura de São Paulo com a intenção
de atuar em tempo integral no combate à pandemia do coronavírus, que avançava
no mundo. No mês seguinte, foi diagnosticado com Covid-19, mas não teve
sintomas.
Vitória no segundo turno
Em
julho, Covas informou que o tumor estava regredindo e
passou a se concentrar na campanha eleitoral. Mesmo em tratamento, fez muitas
agendas externas. Sempre com máscara. Mas muitos desses compromissos ocorreram
em ambientes cheios e fechados e por um longo período de tempo.
Começou atrás do então
candidato Celso Russomano (Republicanos) nas pesquisas de intenção de voto, com
percentuais em torno dos 20%. No final de outubro, contudo, subiu nas pesquisas
e assumiu de vez a liderança.
O tucano obteve 32,85%
dos votos e foi para o segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu
20,24%. Ele venceu em todas as 58 zonas eleitorais da capital, incluindo a
periferia.
Por G1 –
São Paulo
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Crédito: Reprodução Rede Globo