Por Carlos Eduardo Gaiad

A morte do ator Paulo Gustavo, aos 42 anos, terça-feira, vítima do Covid, depois de ficar internado desde o dia 13 de março, comoveu o país, levando às lágrimas milhões de brasileiros, os mesmos milhões que passaram muito tempo rindo da sua arte. 

Dono de uma carreira meteórica no cinema, teatro e TV, Paulo Gustavo teve como inspiração a própria mãe, que o levou a produzir o filme "Minha mãe é uma peça ", transformando a trilogia num recorde absoluto de público e renda.

Ele teve ainda um outro fato incomum: diferentemente de muitos de seus colegas, sua carreira foi construída com pouca exposição na TV aberta. Sua solidariedade foi marcante tendo doado $ 500 mil para ajudar no combate à pandemia que o vitimou.

Uma de suas últimas entrevistas foi na CNN quando falou do medo que sentia de morrer do Covid, que numa dessas inexplicáveis coincidências da vida, foi a causa da sua morte. 
Paulo Gustavo deixa um legado multifacetado pelo riso, a empatia, o exemplo de cidadão consciente de suas responsabilidades para com seu país e de que é preciso viver intensamente cada minuto e saber que a vida é um sopro. 

No dia que seu corpo foi cremado, Piracicaba viu o índice de mortes pelo Corona vírus aumentar e o índice de ocupação dos leitos de UTI chegar a 81%, muito provavelmente pela flexibilização das medidas de prevenção e deixa no ar uma enorme interrogação: quantas vidas mais precisarão ser perdidas para nos  conscientizarmos que estamos diante de um inimigo poderoso e que só será parado pelas medidas rígidas de prevenção.

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