Piracicaba amanheceu quarta-feira com a notícia de uma tragédia: Madalena foi assassinada de forma violenta no interior de sua residência. Esse não é, simplesmente, mais um crime. Ele é mais uma prova do preconceito estrutural de uma sociedade, ainda hoje, movida por sentimentos repugnantes como a homofobia. 

Madalena era um símbolo da resistência contra esse sentimento desprezível há muitos anos, quando desfilava sua alegria pelas ruas de Piracicaba, sempre usando seu turbante e carregando uma rosa. Ao ver um conhecido, e não eram poucos, ela falava em alto e bom tom: "Oi, querido" e acenava as mãos, com um enorme sorriso nos  lábios. 

A maior vitoria de  Madalena foi sua eleição à Câmara de Vereadores com uma votação expressiva, prova de sua imensa popularidade. 

Foi líder popular no Boa Esperança para onde mudou desde a sua criação no governo do ex-prefeito João Herrmann Neto, quando o bairro era conhecido como Profilurb.

Morreu um símbolo da luta contra a intolerância humana. Um símbolo da luta contra a insensatez. Um símbolo da luta contra o desamor. Um símbolo da luta contra a desunião. Um símbolo da luta contra a insensibilidade. Um símbolo da luta contra a violência. 

Morreu um símbolo, mas ficou uma enorme lição: a lição de que não devemos abrir mão dos nossos sonhos. A lição de que a intolerância precisa ser varrida da face da terra. A lição de que somos todos filhos do mesmo Deus,  aquele que nos deixou o maior dos mandamentos: "Amais vos uns aos outros como eu vos amei.


Coluna escrito pelo Jornalista Carlos Eduardo Gaiad

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