Muitas pessoas me perguntam se é difícil acertar o centro do alvo, e a resposta é sempre a mesma – “Não” - mas se mudar a pergunta para: É difícil acertar o centro toda vez que atira? A resposta muda para - “Com certeza”.

Atirar pela primeira vez traz a experiencia de conseguir acertar o centro do alvo, conhecido por nós como “X”, o qual é muito festejado pelo aprendiz e incentivado pelos demais arqueiros que acompanham a experiência.  Logo depois o aprendiz tenta repetir o feito, mas não consegue com a facilidade que fez o primeiro “X”.

A ação de atirar parece simples: coloca a flecha no arco, puxa a corda, solta a corda e a flecha acerta o alvo. A teoria é mais ou memos isso, mas para garantir que você acerte sempre o alvo é necessário muita disciplina, concentração e persistência como todo esporte.

O sucesso de ter uma flecha no “X” passa por uma série de etapas, a saber: posicionamento dos pés, ajuste de quadril, abdômen, encaixe da mão na empunhadura do arco, a puxada da corda até onde “tocamos” no rosto, o alinhamento de braços e costas, o tempo para fazer a mira e ao mesmo tempo manter segurando a força do arco de forma contrária até disparar a flecha. Agora repita esse movimento pelo menos 80 vezes em uma sessão de treino. Mas calma tudo começa deforma bem mais simples.

Da forma como descrevi parece difícil, mas é possível e muitas pessoas estão buscando por tal feito. Um exemplo são as provas realizadas em Olímpiadas em que o arqueiro precisa atirar 72 vezes em um alvo a 70 metros de distância. A pontuação máxima é 720 pontos e, até o momento, o record está em 702 pontos com o americano Brady Ellyson. Antes dele o record era do sul coreano Kin Woojin em 2016 nas Olímpiadas do Rio de Janeiro com 700 pontos. Foram “ apenas” 2 pontos em 3 anos!

Ao mesmo tempo existem outras provas e outros records a serem batidos, cada um dentro da sua categoria. Um grande exemplo que temos aqui na APAF é a nossa arqueira Brunna Scotton que entre os anos de 2018 e 2019 bateu o record brasileiro 12 vezes pela Associação Field Brasil de Tiro de Campo, que certamente elevou o grau de dificuldade na categoria que atira.

A regra para conseguir tal feito é o mesmo: disciplina, dedicação, foco e persistência.

E aí, bora atirar?   



Colunista: Rogério Facin, arqueiro e instrutor de tiro com arco pela APAF – Associação Piracicabana de Arco e Flecha

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